- Um
café, por favor - pediu ela. Não tomava café, mas, naquele momento e naquele
lugar, não pensou em nada melhor para beber.
Observou
a rua pela janela da cafeteria. O inverno se aproximava mais uma vez e os dias
ficavam cada vez mais frios. A chuva batia contra o vidro, delicadamente, fazendo
seus pensamentos voarem para longe dali. Ela prestava mais atenção no som dos
pingos que caíam no asfalto e na calçada que nas pessoas que conversavam no local.
Seu
café chegou. Seus olhos se fixaram na xícara, para o café preto e quente. Sorriu,
mais para si mesma que para o garçom. Percebeu somente naquele instante o que
deveria ter notado assim que entrou na cafeteria, fugindo da chuva do lado de
fora.
-
Quanto lhe devo?
- Pode
pagar na saída.
- Já
estou de saída.
- Mas e
o seu café?
- Não
preciso mais dele. Meu coração me aquece.
E, sorrindo, pagou o
café. Com gorjeta. E saiu pela porta, em direção ao céu nublado e aos pingos que
ficavam mais intensos. Não tinha mais medo, nem mesmo dos dias frios, pois seu
coração era quente o suficiente.
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